Querido Allworthy,
poucas coisas me eriçam mais a intolerância do que a <arrogância> típica do pensamento acadêmico, sobretudo a desses velhos manuais estreitos que cheiram ao século xix, prenhes de bacharelismos baratos e palavras escrotas - provérbios de almanaque que mais recendem à medíocres filosofias de gabinete. Sinceramente, eu os quero muito longe de mim, que odeio erudições e citações. Eu prefiro o pensamento absurdamente livre, ou mesmo sem interrupções nem colagens pseudointelectuais. Sendo assim, devo portanto confessar que abomino os escritos que praticam esses vícios imperdoáveis, o que não me impede de lê-los em tempo e circunstâncias hábeis, como venho a fazer com os que o senhor costuma me enviar. No entanto, se muito não for pedir, seria interessente se o senhor me expusesse, de maneira clara e sem o tempero acadêmico que lhe é comum, as razões pelas quais devo ainda acreditar neste pensamento a que me proponho sempre atacar, de modo que eu mesmo me redima desse suposto "pecado" do qual me julga o senhor, a quem devo sempre respeito e admiração. Não lhe posso ter com a mentira, é verdade, eu simplesmente aniquilaria quase toda a nossa "cultura"...
Agradeço antes a resposta,
Do grande amigo,
Jaromir.
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